A coleta apropriada de uma amostra para exame e o transporte adequado para o laboratório constituem etapas criticamente importantes para a confirmação final de que um determinado microrganismo é responsável pelo processo patológico infeccioso. Uma amostra mal coletada pode resultar não só na incapacidade de se isolarem agentes importantes, mas também pode levar a uma terapia incorreta ou mesmo prejudicial se o tratamento for direcionado para um organismo comensal ou contaminante.
Ao se coletarem amostras, devem ser considerados os seguintes fundamentos:
- O material deve ser do local real da infecção, coletado com um mínimo de contaminação de tecidos, órgãos ou secreções adjacentes;
- Coletar “swabs” de garganta evitando o contato com outras áreas da boca.
- Limpar adequadamente o prepúcio nos machos quando se coleta urina via sonda. Nas fêmeas fazer a limpeza do tecido periuretral e perineal.
- Nas vacas higienizar os tetos antes de se coletar o leite, bem como descartar os primeiros jatos.
- Deve ser obtida uma quantidade suficiente da amostra para se realizarem os testes necessários.
- Na maioria das infecções bacterianas, são produzidas quantidades suficientes de pus ou secreções purulentas, de modo que o volume não deve ser um problema.
- “Swab” seco ou com poucas secreções é inapropriado.
- Devem ser usados vários dispositivos apropriados de coleta, para garantir o isolamento ótimo do microrganismo.
- As amostras para exame microbiológico deverão ser acondicionadas em recipientes limpos, estéreis e íntegros (sem perfurações, rachaduras, etc.).
- Os recipientes devem ter tampas bem fechadas para evitar vazamentos ou contaminações durante o transporte.
- “Swabs” em meios de transporte ou umedecidos podem ser utilizados até no máximo 48 hs após a coleta.
- “Swabs” secos (sem meio conservador) devem ser processados imediatamente.
- Amostras de fezes: “Swab” retal ou recipientes com tampa e boca larga.
- Amostras de urina: recipientes com tampa e boca larga ou seringa estéril (cistocentese).
- SNC: punção espinhal de líquido cefalorraquidiano em seringa estéril.
- Amostras de feridas e abscessos: “Swab”, curetagem ou aspiração.
§ Infecções oculares: raspado e “swab”.
§ Amostras de escarro expectorado: frascos de boca larga bem fechados.
§ Sangue: coleta de dois locais num total de 10 mL, limpe o local com solução de iodo-álcool antes da coleta.
§ Tecidos e biópsias: recipiente vedado e estéril. Se for muito pequena a amostra pode ser colocada em um pedaço de papel filtro estéril úmido.
- Raspados de pele para crescimento de fungos devem ser enviados secos em recipientes limpos para evitar o hipercrescimento bacteriano.
- A coleta por aspirado com uma agulha e seringa é melhor que por “Swab”(principalmente para anaeróbios).
- Sempre após a coleta com seringa colocar a tampa novamente na agulha ou retirar a agulha da seringa e vedar a saída com esparadrapo.
- Quando necessário, a estocagem da amostra deve ser feita em temperatura de refrigeração (geladeira).
- Independente do tipo de transporte, a principal tarefa é diminuir a um mínimo o tempo entre a coleta e a inoculação.
- Sempre que possível, obter culturas antes da administração de antibióticos.
- A administração de antibióticos não necessariamente impede o isolamento de microrganismos de amostras clínicas.
- Até mesmo uma amostra comprometida é melhor do que nenhuma, entretanto os resultados devem ser vistos com cautela.
- O frasco de cultura deve ser apropriadamente rotulado.
- Nome do animal.
- Fonte da amostra.
- Médico Veterinário.
- Data/hora da coleta.
- Enviar também a requisição devidamente preenchida.
- As informações são úteis para se escolher a metodologia de isolamento.
- O telefone do Médico Veterinário requisitante é importante, pois se for o caso deve-se informar imediatamente o resultado de alguns exames.
A colheita da amostra constitui a primeira fase da análise.
TIPOS DE AMOSTRAS OU PEDIDOS QUE SÃO REJEITADOS
- Qualquer amostra recebida em formalina.
- Um único “Swab” para vários fins.
- Solicitação em recipiente impróprio, não-estéril, ou obviamente contaminado na qual parte da amostra vazou.
- Quantidades muito pequenas de material (menos de 0.5 mL).
- Amostras com tempo de coleta muito longo e sem refrigeração.
- Amostra com ficha de pedido incompleta.
- Resultados de Identificação e Antibiograma levam em torno de 7 dias.
- Microcultivo de fungos 30 dias.
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