O Brasil está se estruturando para uma futura ampliação da zona livre de febre aftosa sem vacinação. De acordo com o diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, no final de 2011 foi decidida a formação de um grupo de trabalho para auxiliar na reavaliação do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa. “O grupo também estudará as estratégias necessárias para o fortalecimento dos mecanismos de prevenção da doença, que possibilitem ao país ampliar sua zona livre sem vacinação com o máximo de segurança e no menor espaço de tempo”, explica o diretor. A intenção é de que o Brasil possa estender sua zona livre sem vacinação onde for possível, após cumpridos os requisitos instituídos. Atualmente apenas o Estado de Santa Catarina é considerado livre da enfermidade sem vacinação.
Marques explica que a suspensão da vacinação só poderá ser feita com autorização federal. Atualmente, o Mapa é contrário à retirada da vacina sem o fortalecimento das medidas preventivas necessárias para minimizarem os riscos de reintrodução e difusão nas zonas livres. O diretor da DSA também salienta ser importante um estudo prévio de impacto econômico das regiões que vierem a pleitear esse status, já que a área sem vacinação sofrerá restrições para a entrada de animais e de produtos de origem animal, provenientes de áreas com status sanitário inferior. O grupo de trabalho deverá subsidiar as futuras decisões sobre as áreas mais seguras e viáveis para retirada paulatina da vacinação. “Inicialmente, regiões centrais e do litoral parecem ser mais favoráveis para avançar nesse processo. As regiões de fronteira internacional deverão ser preservadas com vacinação e provavelmente devem ser as últimas a mudarem de status, dependendo da condição sanitária dos países vizinhos”, diz. Atuarão nesse grupo representantes de organismo internacional, de universidades, do setor público e privado.
Situação
Hoje, 15 unidades federativas são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês) como livres de febre aftosa com vacinação: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Além disso, detém esse status a região Centro-Sul do Pará, os municípios de Guajará e Boca do Acre e partes dos municípios de Lábrea e Canutama, todos no Amazonas.
O Ministério da Agricultura reconhece como de risco médio de febre aftosa os seguintes estados: Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e a região Centro-Norte do Pará, incluindo o Arquipélago do Marajó. Em alto risco encontram-se Roraima, Amapá e as demais áreas do Estado do Amazonas.
De acordo com Marques, este ano, quase todo o Nordeste deve avançar para área livre com vacinação, além de quase toda parte do Pará que ainda permanece como risco médio, desde que os serviços veterinários estaduais corrijam, em tempo, as inconformidades observadas pelos auditores do DSA. “Com isso, a nossa meta é que o Brasil esteja livre da doença com vacinação até 2013”, afirma o diretor. Ele salienta que o objetivo dos países da América do Sul é erradicar a doença do continente até 2020.
Fonte: Assessoria de Comunicação CFMV (2012).
Mudanças neste sentido devem ser muito bem estudadas, estariam estas regiões preparadas e com defesas sanitárias atuantes ?
O número de Médicos Veterinários atuando na defesa estadual e federal sem dúvida é um ponto crítico para garantir a manutenção ou melhora do status sanitário.